A Plantação

É muito grande o trabalho,

Enorme a preparação,

Na terra que se destina

Às fainas da plantação.

É preciso desprezar

Certas plantas, certas flores

Retirar os espinheiros

E arbustos inferiores.

Depois da foice aguçada,

Que opera o desbravamento,

Vêm, a golpes de enxadão,

Limpeza e destocamento.

No corpo da terra nua,

Em lutas laboriosas,

Há frondes e flores murchas,

Cicatrizes escabrosas.

Logo após, o arado amigo,

Cuidadoso, traça a leira,

Completando atividades,

Devidas à sementeira.

O solo dilacerado

Dá conta do esforço ingente,

A terra aberta e ferida

É o berço justo à semente.

A zona que se consagra,

Às tarefas de cultura,

Fornece lições diversas

Ao campo da criatura.

Muita gente julga, a esmo,

Que as lutas da educação

Se resumem a teoria,

Discurso e doutrinação.

Mas o problema; é bem outro:

Não se dispensa a harmonia

Entre ação e ensinamento,

Nos quadros de cada dia.


Dores, lutas e sofrimentos,

São bênçãos de formação

Da Divina Sementeira

Nas zonas do coração.

Fonte: Cartilha da Natureza | Psicografia de Francisco Cândido Xavier, Ditado pelo Espírito Casimiro Cunha