É muito grande o trabalho,
Enorme a preparação,
Na terra que se destina
Às fainas da plantação.
É preciso desprezar
Certas plantas, certas flores
Retirar os espinheiros
E arbustos inferiores.
Depois da foice aguçada,
Que opera o desbravamento,
Vêm, a golpes de enxadão,
Limpeza e destocamento.
No corpo da terra nua,
Em lutas laboriosas,
Há frondes e flores murchas,
Cicatrizes escabrosas.
Logo após, o arado amigo,
Cuidadoso, traça a leira,
Completando atividades,
Devidas à sementeira.
O solo dilacerado
Dá conta do esforço ingente,
A terra aberta e ferida
É o berço justo à semente.
A zona que se consagra,
Às tarefas de cultura,
Fornece lições diversas
Ao campo da criatura.
Muita gente julga, a esmo,
Que as lutas da educação
Se resumem a teoria,
Discurso e doutrinação.
Mas o problema; é bem outro:
Não se dispensa a harmonia
Entre ação e ensinamento,
Nos quadros de cada dia.
Dores, lutas e sofrimentos,
São bênçãos de formação
Da Divina Sementeira
Nas zonas do coração.